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A Ciro Gomes e outros líderes – Quantas cabeças irão querer os famintos animais que devoram o Brasil?

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Na semana que passou, mais uma vez eles foram capazes. Nossa conhecida natureza é de nutrir a esperança mesmo com uma gota de orvalho. Dessa vez, pensávamos esperançosos que respiraríamos um momento de justiça, mas regaram-nos com o mesmo veneno.
Mais uma vez, emitimos comunicados sobre nossa crença de que a Constituição seria cumprida com justiça – certo, é preciso nos resguardarmos naquilo que falamos e sermos, ao mesmo tempo, vigilantes. A verdade é que horas depois, mais uma vez, eles foram capazes.
Parecemos superestimar as possibilidades de um respiro no meio da loucura do golpe, para em seguida nos defrontarmos com horas de desesperança ou pânico: se foram capazes de fazer tudo isso, até onde poderiam ir para, neste ano de eleições, não deixar emergir no país qualquer liderança que mexa nas bases escandalosas e desiguais do Brasil?
Getúlio, Jango, JK, Brizola – todos quiseram e tantas vezes foram insultados. Dilma, deposta pelo golpe com o impeachment sem crime de responsabilidade após uma tentativa momentânea de estremecer alguns benefícios do “bolsa banqueiro” brasileiro. Lula, já ex-presidente, perseguido, condenado e preso. Mais uma prova do que tem vigorado até o momento, sob fardas ou togas: nossos tempos republicanos infelizmente têm premiado com violência, perseguição e injustiça aqueles que ousaram fazer bem ao país e ao povo brasileiro.
Se o recorte temporal de nossa análise tomar os últimos 100 anos do Brasil (o que é tempo curto para a História), veremos que, mesmo com sucessivas resistências, nossas tentativas de independência, de soberania e de dignidade têm sido devoradas. Agora, parecemos chegar a ponto sem paralelo, pois é gritante a diferença entre o tipo de batalha travada por quem, não tendo nada, luta para ter algo e aqueles que, tendo avançado em seu destino, lutam para não ser eliminados justamente porque os inimigos já vislumbraram a força de nosso potencial. Esse parece ser o caso do Brasil que, de um país colônia e império, luta agora para fazer valer ao povo o fato de já ter sido a sexta maior economia do mundo, em 2011.
Como poderemos seguir nessa disputa? Se os animais que devoram o Brasil continuarão a pedir as cabeças dos futuros líderes que se levantarem contra os reais problemas do país, que tipo de enfrentamento seria capaz de resistir a isso?
No momento, dentre os pré-candidatos do campo progressista, as pesquisas mostram que Ciro Gomes reúne as melhores chances de voto, estando a frente dos demais pré-candidatos do mesmo campo [veja o vídeo 1 ao final] e estando a frente das possibilidades [vídeo 2] que o partido dos trabalhadores poderia ter sem Lula na disputa.
E não é raro ver, entre aqueles que já se mobilizam pela pré-candidatura de Ciro Gomes, o temor de que, com a saída de Lula do front dessa batalha, possa ser Ciro o próximo cobiçado pelo apetite insaciável dos animais que devoram o país.
No entanto, para a esperança dos que apoiam a pré-candidatura de Ciro e seus debates sobre implantar no país um novo projeto nacional de desenvolvimento, o  enfrentamento de Ciro Gomes difere do que vimos ocorrer no Brasil até então com nossos líderes.
Exemplo emblemático que resume essa capacidade é quando Ciro Gomes comenta ser “um cabra marcado para morrer” [vídeo 3], quando diz que irá para “quebrar ou ser quebrado” [vídeo 4]. No momento em que estamos, Ciro entende ser necessário confrontar, sim, os interesses das finanças que se opuserem aos interesses do povo brasileiro, de quem trabalha e de quem produz.
Ciro provou que tem ousadia e valentia para nomear e lutar de frente contra alguns dos animais famintos do golpe desde o primeiro momento [vídeo 5]. Basta lembrar dos processos enfrentados por ele contra José Serra, Eduardo Cunha, Michel Temer, por exemplo. Tais processos são um sinal de que não retrocede, não calará diante dos abusos cometidos por essas figuras.
Essas, aliás, figuras que se alimentam das migalhas do golpe, enquanto alguns que devoram o Brasil como prato principal também já teriam se levantado contra Ciro [vídeo 6], segundo o ex-governador. Interessa notar também como algumas espécies do mercado financeiro já tocaram o alarme [texto 7] para Ciro, enquanto outras (as midiáticas) têm por estratégia silenciá-lo.
Foi Ciro quem disse com todas as letras que o diálogo com seus antagonistas existirá na medida em que eles se subordinarem aos interesse da população, aos interesses de quem trabalha e quem produz [vídeo 8].
É por sua postura ser de frente para o campo de batalha que Ciro já mencionou ter se indignado também com a forma de reação da ex-presidente Dilma durante o processo de impeachment. Para Ciro, seria absurdo a ex-presidente contar apenas com a lisura de uma trajetória pessoal e política e com a esperança de que a população percebesse isso, no enfrentamento de animais famintos que buscaram sua cabeça.
Depois de ter ajudado no enfrentamento exitoso que se fez nas tentativas de golpe durante a ação penal 470, novamente, foi a conduta de Ciro que em 2016 chamou atenção do povo, gente que nem mesmo o conhecia naquele momento, pelo modo como denunciou o golpe em curso naquele momento. Nesse período, o enfrentamento que boa parte da população desejava ver em Dilma era manifestado pelas falas de Ciro.
Cada indivíduo deve trilhar os caminhos que for capaz de trilhar, não o que desejamos para eles, assim como cada pessoa deve resistir com os meios que tem para isso. Não se quer aqui desconsiderar as pressões que outros líderes sofreram a seu tempo, o que com toda certeza foi imenso, mas sim dizer que os exemplos de insucesso e da falta de enfrentamento direto ensinam àqueles que não aceitam brincar com o país, e esse é o caso de Ciro.
Confiar na inteligência do povo, comunicar-se diretamente com ele, ser capaz de indicar para sua indignação os males verdadeiros, todos esses são caminhos possíveis. Não é à toa que Ciro Gomes comenta sobre a necessidade de se juntar ao povo diante desse tipo de ameaça. A população, indignada, cada vez mais se frustra com a resistência contida, um apaziguamento submisso, a esperança momentânea de que tudo se resolverá com lindos atos nas ruas, postagens nas redes sociais e boas hashtags. Quando a república está tomada, a insistência no republicanismo comportado é o mesmo que submissão. Os futuros líderes precisam saber outro tipo de enfrentamento diante dos mesmos animais famintos.
Se chegar o momento dos famintos animais que devoram o Brasil pedirem a cabeça de outros líderes do país que ousarem fazer bem ao povo, que eles tomem cuidado, pois poderão encontrar lá quem os saiba enfrentar.
Referências:
Vídeo 1 –

Vídeo 2 –

Vídeo 3 –

Vídeo 4 –

Vídeo 5 –

Vídeo 6 – 

Texto 7 – Ver
reportagem
divulgada pela Bloomberg e traduzida pelo UOL que dizia: “Ciro Gomes não tem dúvidas sobre apertar todos os botões errados para os mercados financeiros“.
Vídeo 8 –