You are currently viewing Crítico à gestão atual da Petrobras, Ciro Gomes comenta alta dos combustíveis

Crítico à gestão atual da Petrobras, Ciro Gomes comenta alta dos combustíveis

  • Post author:
  • Reading time:4 min de Leitura

Em sua página oficial mantida na rede social Facebook, Ciro Gomes se pronunciou nesta quinta-feira (24/05) sobre a alta dos preços dos combustíveis, motivo das paralisações por todo o país dentre caminhoneiros e trabalhadores do transporte de cargas. Nos debates que tem feito sobre um novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, o pré-candidato trabalhista enfatiza com frequência o papel essencial e estratégico que a Petrobras e todo o complexo industrial do petróleo (incluindo a produção de combustíveis) poderiam e deveriam estar ocupando no Brasil. Na postagem, Ciro Gomes mais uma vez explicitou sua crítica à atual gestão da empresa:
A alta dos combustíveis é uma aberração que praticamente nega a razão de ser da própria existência institucional da Petrobras. A política de preços adotada está equivocada e desrespeita a sua estrutura de custos. Toda a eficiência da Petrobras deve ser transferida para o interesse público brasileiro e é isso que nós vamos fazer

Dias atrás, em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, Pedro Parente, atual predisente da Petrobras, tentou rebater algumas das críticas de Ciro Gomes sobre sua gestão na empresa.
Ao contrário do que afirma Parente, Ciro e várias outras lideranças políticas e especialistas têm dito que seria benéfico usar o potencial que a Petrobrás já possui para participar da exploração dos campos do pré-sal e, nesse sentido, não se fala necessariamente em “guardar reservas” – como disse Parente -, mas sim incentivar e investir, desde já, em um complexo industrial do petróleo, ou seja, que não se dedique apenas à extração e à exportação de petróleo bruto, mas que também possa fazer o refino e o processamento de seus derivados: combustíveis, parafinas, polímeros sintéticos.
Uma gestão que compreende o papel estratégico do petróleo brasileiro e de seus derivados poderia tornar o país menos dependente da importação de combustíveis, baratear custos desses produtos, além de gerar empregos em solo brasileiro e formar profissionais qualificados para ocupar essas posições em refinarias, por exemplo.
Para Ciro Gomes, é preciso usar esse potencial enorme dos recursos petrolíferos para fazer girar as engrenagens nacionais: com a formação de mão-de-obra e de empresas brasileiras que possam entrar na produção de itens e serviços da cadeia industrial do petróleo, tornando o Brasil um produtor de mercadorias de maior valor agregado nesse setor (altamente estratégico para qualquer país).
As decisões tomadas pela gestão de Pedro Parente (filiado ao PSDB) à frente da Petrobras levam agora ao aumento do custo dos combustíveis derivados do petróleo no Brasil, uma vez que, como efeito dessa gestão, o país tem fechado refinarias, tem deixado de produzir combustíveis e passa a ter que importar tais produtos. Com isso, os preços ficam mais suscetíveis à flutuação do câmbio com o preço do dólar, por exemplo.
A compreensão de Ciro Gomes acerca do papel da Petrobras diverge profundamente do atual modelo de gestão. O ex-ministro, por exemplo, tem afirmado que “nenhum país do mundo, tendo a potência do petróleo que o Brasil tem, deixa de administrá-lo em favor do seu objetivo estratégico nacional. Porque não faz sentido isso, é simples assim como estou lhe dizendo”.
Em debates dos quais têm participado, Ciro tem indo além e anunciado de modo transparente sua posição sobre a concessão de campos de exploração do pré-sal a empresas estrangeiras: “Eu estou tentando avisar ao investidor estrangeiro que um dos pré-candidatos pensa assim, transparente e claramente, para que ele amanhã não venha alegar que foi enganado pela sociedade brasileira. É só isso que eu estou fazendo. Não venham comprar [as estatais em questão e campos de petróleo], porque se eu for presidente, vai voltar tudo para a posse e propriedade do povo brasileiro com as devidas e corretas indenizações”.
Como acionista controlador da Petrobrás, o poder executivo nacional, na representação sobretudo do presidente da República e de seus indicados para cargos da estatal, tem palavra forte nos contratos assinados pela empresa que, como afirma Ciro Gomes, podem ser desfeitos sob as cláusulas e indenizações que estão previstas em cada negociação.