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"Eu sou candidato e o PT também, nós, por definição, somos adversários"

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Hoje, em entrevista à revista Carta Capital, Ciro Gomes foi sabatinado por jornalistas. Por enquanto, apenas o primeiro bloco da entrevista foi veiculado e orbitou em torno das questões políticas envolvendo a candidatura do PT e o ex-presidente Lula.
Ciro lembrou seus últimos 16 anos de apoio aos governos do PT e sua luta contra o golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff, mas também reafirmou suas críticas àqueles que considera erros políticos graves do projeto petista que, como disse, sempre foram feitos contemporâneos aos fatos e não apenas agora.
Com relação à candidatura do PT à presidência que, provavelmente será apresentada ao TSE amanhã, dia 15 de agosto, com o registro de Lula como cabeça de chapa e de Fernando Haddad como vice, Ciro considera uma estratégia fraudulenta. Segundo Ciro, é do senso comum, da opinião dos políticos e dos jornalistas que Lula, tecnicamente barrado pela lei da Ficha Limpa, pois condenado em 2ª instância, terá seu registro de candidatura negado e como “todo mundo sabe disso” é uma chapa ilusória (que já conta inclusive com uma vice “reserva”, Manuela D’Ávila) e que serve para manipular o povo brasileiro a votar num candidato resultado de um dedaço do Lula. Para Ciro, o Partido dos Trabalhadores tinha que jogar limpo com a população e sabendo do impedimento do seu candidato, encaminhar para o debate sua chapa verdadeira.
Questionado também sobre se teria sido convidado para vice de Lula, Ciro falou que convite ocorreu, mas apenas como desrespeitoso jogo de cena, uma vez que se deu quando Ciro já estava homologado como candidato pelo PDT (o que impede que o candidato troque a candidatura) e que, mesmo que houvesse sido feito com seriedade, não compactuaria com a proposta de uma candidatura virtual fraudulenta como a que PT apresenta. E que, mesmo que essa estratégia resulte vitoriosa, dará origem a um presidente fraco e sem autoridade para reverter essa agenda antinacional, antipovo e antipobre que tem sido implementada pelo governo Michel Temer e pelo PSDB.
Como Ciro fez questão de frisar, isso não significará, independentemente do desfecho, inimizade ou rompimento, pois o campo progressista estará junto no segundo turno e que, sob nenhuma circunstância, apoiaria um candidato de direita. Entretanto, nesse momento da disputa, em que ele é candidato e o PT também tem candidato à presidência eles são, por definição, adversários e apresentarão suas propostas para escrutínio dos brasileiros.