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Foto de Ciro Gomes com Antonio Tabet, Mara Luquet, Pedro Doria em entrevista ao Canal My News

Ciro no MyNews: "Vou unir o povo brasileiro e vou ganhar essa eleição."

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No dia 14 de junho de 2021, Ciro Gomes conversou com Antônio Tabet, Mara Luquet, Juliana Braga e Pedro Doria, no Canal My News. A conversa foi feita em dois blocos, sendo o primeiro bloco publicado na íntegra no YouTube e o segundo bloco publicado apenas para os membros do canal. A entrevista alcançou o segundo lugar nos Trending Topics no Twitter com a hashtag #CiroNoMyNews. Ainda na segunda-feira à noite, mais de 65 mil pessoas já haviam assistido a conversa no YouTube.
Na entrevista Ciro já começou dizendo que Bolsonaro hoje tem menos da metade dos votos que conseguiu em 2018, quando conseguiu enganar o eleitorado brasileiro. Ele acredita que Jair Bolsonaro teria hoje algo em torno de 15-20% dos votos, mesmo depois de tantas mentiras antes e durante a pandemia da COVID-19. “Cada vez que Bolsonaro mente, ele consegue esconder os assuntos centrais do dia”, afirmou Ciro. 

A utilização política da fé cristã e o conservadorismo

Ao ser perguntado sobre a forma como alguns políticos vêm se aproveitando da fé do povo brasileiro, Ciro afirmou que muitas igrejas ocupam um papel muito importante nas periferias brasileiras onde há a ausência do estado, e que esse papel deve ser respeitado. No entanto, de acordo com Ciro Gomes, muitos políticos se esforçam para cooptar muitos desses líderes religiosos. Ele afirmou que parte da esquerda colaborou com isso, quando deixou em segundo plano debates sobre emprego, renda, infraestrutura, segurança pública e educação e preferiu abraçar agendas de costumes, que apesar de serem relevantes, foram muitas vezes tratadas de maneiras inoportunas e colidem com a moral religiosa de muitas pessoas.
Ciro afirmou que isso não significa que os temas devem ser ignorados ou relativizados. Mas devemos ter a consciência de que muitas vezes esses assuntos são utilizados para desviar os assuntos econômicos, que são centrais para a vida do povo. Ele disse que “o presidente tem que ser presidente de todos e nenhum grupo tem o direito de vetar as discussões”. Ciro lembrou ainda da importância do PDT Diversidade, movimento do PDT que é um movimento trabalhista, responsável por defender os direitos LGBTQIA+.
É importante respeitar dialeticamente a psicologia popular e evoluir junto com o povo, afirmou Ciro Gomes. Ele afirmou que o nosso povo não é intolerante, e que a intolerância no Brasil vem de nossas elites. 

O impeachment de Bolsonaro e o silêncio de Lula

Ciro afirmou que já assinou três pedidos de impeachment de Jair Bolsonaro, enquanto o Lula não assinou nenhum. Disse que vem denunciando pesadamente negociações mal cheirosas do Governo Bolsonaro. Entre elas, a venda de R$ 3 bilhões de crédito do Banco do Brasil para o BTG, banco fundado pelo atual Ministro da Economia, Paulo Guedes. Também disse estar denunciando a venda subfaturada da TAG, empresa de logística de gás da Petrobrás. “A venda da BR Distribuidora foi vendida por um valor que ninguém entendeu como foi calculado”, afirmou Ciro.Enquanto isso, Lula segue sem se pronunciar sobre esses assuntos. Os dois escolheram um ao outro como adversário. 

“Eu estou tentando e estou cumprindo meu dever. O malefício que Bolsonaro está causando com o Brasil tem que ser enfrentado com toda radicalidade. É uma disputa despolitizada em que Bolsonaro vai lembrar a roubalheira do lulopetismo e o Lula vai explorar as ações genocidas do Bolsonaro. Eu não vou permitir isso de maneira nenhuma. Vou unir o povo brasileiro e vou ganhar essa eleição.”

De acordo com Ciro, Bolsonaro é um criminoso por atentar com o regular funcionamento dos poderes da república, coloca em risco a vida e a saúde da nação, e está conspurgando pelo centro das instituições brasileiras na Polícia Federal, na PGR, no STF e no Congresso Nacional. Disse que não faltam crimes de responsabilidade para o Presidente da República e que a única solução para isso é o impeachment. Ele afirmou que o processo de impeachment só acontecerá quando todas as forças políticas reagirem.
Ciro disse que a primeira tarefa é derrotar o Bolsonaro e o entulho de valores que ele carrega. E a segunda tarefa [do Brasil] é construir o dia seguinte para um Brasil de terra arrasada.

“Só quem pode ressuscitar o Bolsonaro é Lula”

Ao ser questionado sobre uma possível unidade em torno de Lula, Ciro disse que isso vai ser muito perigoso para o Brasil, já que a corrupção virou um instrumento central de poder nas práticas políticas do Lula. Lembrou do caso de Palocci, que era braço direito do ex-presidente e que devolveu mais de R$ 100 milhões. Além disso, afirmou que os governos petistas deram amplo espaço para políticos como Geddel Vieira Lima e Eduardo Cunha. “Esses fatos todos são públicos”, disse Ciro.
De acordo com Ciro, na antevéspera da eleição, Bolsonaro vai levantar a taxa de juros e a taxa de câmbio vai cair, assim como Dilma e Fernando Henrique fizeram. Isso, de acordo com Ciro, trará certo conforto para os analistas econômicos e voltará a construir um certo poder econômico para o povo. E o histórico de corrupção dos governos do PT é a única coisa que poderá ressuscitar Bolsonaro.
Todas as pesquisas de 2018 mostravam que Ciro era o único candidato que poderia ganhar de Bolsonaro. E mesmo assim Lula escolheu Fernando Haddad, que havia perdido as eleições em todas as seções eleitorais de São Paulo. Ciro afirmou que “durante 30 anos eu ajudei essa gente, mas agora viraram parte central do problema brasileiro.”

Plebiscitos e referendos para fortalecer a democracia

Ciro terminou o debate afirmando que o Presidente da República precisa confinar três assuntos nos primeiros seis meses de gestão: a reforma tributária, a reforma da previdência e a reforma política. De acordo com ele, o presidente deve esquecer que é presidente e deve lembrar que é chefe de estado. E que depois de exaurido o debate dentro do meio político, as três reformas devem ser enviadas para consulta popular e o povo brasileiro é quem deve decidir sobre os caminhos que a nação deve tomar em cada um dos três assuntos.
Confira a íntegra da entrevista aqui: