Esta semana, segundo o jornal O Globo, o Banco Central anunciou que a dívida bruta brasileira alcançou a marca de R$5,1 trilhões, quantia que corresponde a aproximadamente 77% do PIB do país.
Os sucessivos déficits do governo, que deve fechar com um rombo de R$159 bilhões este ano, tem aumentado a emissão títulos pelo BC, que basicamente são novas dívidas para pagar os juros da dívida e que geram novos juros.
Sem tratar o assunto com seriedade, parte da imprensa, sem abordar a própria questão da dívida e sobretudo o seu perfil ou abordar a destinação do orçamento executado anualmente (no último, foram 51% corresponde à dívida e rolagem de juros), insistem em prescrever o receituário de austeridade sobre os gastos públicos e a jogar a conta sobre as supostas reformas estruturais, como a da Previdência, para conter o rombo.
Entretanto, mesmo com a selvagem Reforma da Previdência proposta pelo governo Temer, a economia seria de menos de 500 bilhões em um período de 10 anos, o que, evidentemente passa muito longe de resolver o problema do défict público.
As inegáveis reformas estruturais que o país precisa, não só previdenciária, mas sobretudo fiscal e tributária, devem ser compreendidas em conjunto com um novo perfil da dívida pública e da execução do orçamento que, com responsabilidade e respeito aos contratos, seja orientado para o desenho de um Estado capaz de investir, gerar emprego e desenvolvimento e não mais para o escandaloso rentismo do mercado financeiro.