Texto: Venisse Schossler
Para bom entendedor uma volta ao passado basta. Lamentável é boa parte da população não conhecer nossa história e, por isso, não perceber como os jogos de poder e ambição se repetem e são previsíveis. Através de uma viagem pela história profunda de nosso país, Ciro Gomes, pré-candidato à presidência pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), iniciou uma nova série para as redes sociais. Nela, Ciro pretende visitar regiões simbólicas do Brasil, buscando refletir sobre nosso passado, presente e futuro. E é aí que a temporalidade da história é bela.
Em um podcast do físico Neil deGrasse Tyson com o antropólogo e astrofísico, Anthony Aveni, discutiu-se a linearidade do tempo atrelada a nossa necessidade de tudo ter começo, meio e fim. O antropólogo usa diversas explicações físicas para colocar essa teoria em xeque e tenta provar que o tempo é circular. Ao ouvirmos a perspectiva de Ciro sobre fatos de nossa trajetória como nação, talvez concordemos com Aveni. O tempo é cíclico e a história se repete, basta observar além de nossas necessidades.
Onde tudo começou: Canudos
Fake news, tentativas de golpe militar e messianismo. Estamos falando de 2021? Não. Estamos falando do final do século XIX. Na verdade, podíamos estar falando de qualquer momento da história humana.
A Guerra de Canudos foi uma das batalhas mais sangrentas e destruidoras da República Velha. Essa guerra começou justamente por causa de uma fake news associada a uma negociação que não teve seus termos finalizados corretamente. Vamos deixar Ciro contar essa história nesta segunda (26), porém, já podemos dar alguns spoilers.
Tem revolta dos militares por se sentirem desvalorizados. Tem censura e assassinato envolvendo os jornais da época. Tem humilhação das forças armadas (contemporaneidade, oi amiga!). E é sobre isso o primeiro capítulo “Onde Tudo Começou” da série “Em busca do Brasil profundo”.
O próprio nome do episódio já nos permite trazer a temporalidade, que possivelmente será o cerne da proposta. Temos uma batalha com mais de 25 mil mortos, a desmoralização de um dos poderes da República e um arraial próspero e independente totalmente dizimado. Em nossa história presente temos mais de 540 mil mortos, famílias inteiras dizimadas e as forças armadas desmoralizadas e enfraquecidas.
E veja como a história é cíclica. Mais uma vez temos o uso do messianismo para movimentar as massas. Embora em situações opostas, Bolsonaro e Antônio Conselheiro utilizaram a fé das pessoas para materializar seu poder.
Podemos bater o martelo sobre o propósito de Ciro nessa série? Não. Mas é fácil perceber que ele quer, sim, traçar um paralelo entre o abandono dos pobres e miseráveis pelo poder central ao longo do tempo e evidenciar como a luta pelo poder é tirana. Essa disputa sempre traz tragédias, falta de informação e desespero.
Ciro e seu medidor de Ki
No último dia 21, a internet “bugou” com um meme. Ao informar que havia feito uma cirurgia de catarata, Ciro apareceu com uma lente protetora na frente do olho esquerdo. Como um vulcão que entra em erupção, as redes explodiram o meme de “Ciro Super Saiyajin”.
Isso porque o personagem Vegeta, do anime japonês Dragon Ball, usa um óculos medidor de Ki (força do oponente) similar à proteção que Ciro usou no pós-cirúrgico. A comparação rendeu memes diversos e provocou até a troca temporária das fotos de seus perfis nas redes sociais.
Essa repercussão deixou ainda mais em evidência o potencial da Turma Boa em promover Ciro Gomes para públicos cada vez mais diversos. Esperamos que, mesmo sem o óculos inteligente, Ciro seja capaz de, cada vez mais, enxergar a Turma Boa.
E parece que está de olho mesmo.
“Repare Bem” de moletom?
O sábado trouxe a mais promissora novidade. O chamado “Ciro Games” pretende apresentar Ciro mais a vontade para conversar com o público. Na divulgação, Ciro aparece com um moletom de Harvard. Visto que sua participação no Flow Podcast foi um grande sucesso entre os jovens, é extremamente oportuno trazer Ciro para o presente, para nossa era. Excelente iniciativa.
Concretizando o “Ciro Games” e a continuação da série “Em busca do Brasil Profundo”, Ciro vai chegar a públicos diferentes. Uma preocupação de uma parcela da militância parece estar sendo respondida. Muitas pessoas comentaram sobre a dificuldade que a série de Canudos teria de furar bolhas. E parece que “Ciro Games” vem com tal propósito.
Ciro e sua equipe de mídia já entenderam a flexibilidade necessária para chegar a todos. Para a campanha avançar é preciso dinâmica, é preciso se apresentar para todos públicos e faixas etárias. Afinal, se o tempo não for mesmo linear, sua imagem precisa se manter circulando por todo tempo, todo espaço, até 2022.