O Imperialismo, usando o velho subterfúgio de fazer valer sua vontade por meio de vendilhões do próprio povo dominado, levou à prisão e à condenação mais um nativo que ameaçava seus planos. Primeiramente, o representante das forças de ocupação simulou um julgamento, manipulando a opinião pública local para que acreditassem que o Império não teria nenhum interesse na posterior condenação.
No processo, levado a cabo nas fragilizadas instâncias nacionais, pesou contra o acusado o tumulto que este havia causado, dias antes, na igreja principal da capital, quando, portando um chicote, expulsou os vendedores ambulantes que lá realizavam seu trabalho. Durante a confusão, testemunhas alegam terem ouvido o acusado proferir impropérios contra o chefe das forças de ocupação. O réu também teria um bom número de apoiadores que o seguiam, o que aumentava o risco da criação de tumultos generalizados que poderiam perturbar a paz pública e os afazeres cotidianos dos cidadãos de bem.
Mantendo-se em silêncio durante todo o julgamento, o acusado foi considerado culpado e, seguindo as leis do país, condenado à pena capital. De acordo com as normas impostas pelo Império, a execução da pena deveria ser realizada pelos soldados das forças de ocupação. Há denúncias de tortura no processo de execução da pena, mas que não poderão ser investigadas, já que o Império não reconhece a legitimidade dos organismos internacionais.
Palestina, Sexta-feira Santa de 33 d.C.