No dia 26 de março, o terceiro colocado nas eleições presidenciais de 2018, Ciro Gomes (PDT-CE), esteve em Lisboa, Portugal, para uma aula-palestra na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. O Presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ) e seus movimentos políticos foram os principais temas de discussão da entrevista concedida por Ciro antes da palestra.
A aula-palestra foi organizada pelo NELB (Núcleo de Estudo Luso Brasileiro da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa) por meio da sua Presidente Elizabeth Lima (advogada e mestranda em Portugal na FDUL).
Em resposta sobre a possibilidade de a elite embarcar numa aventura com o vice-presidente da República, General Hamilton Mourão (PRTB-RS), Ciro relembrou a prática financeira exercida pelos últimos três governos eleitos antes de Jair Bolsonaro, de Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) a Dilma Rousseff (PT-MG), taxando o governo petista de “autorreferido esquerdista”.
General Mourão, a farra dos bancos e o “autorreferido esquerdista”
REPÓRTER: Bolsonaro mostrou-se, como descreveu agora há pouco, inapto politicamente. Só tem feito trapalhadas. Mourão tem se vendido como “o sensato”, essa coisa… a elite brasileira pode cansar do Bolsonaro muito rápido?
CIRO GOMES: A elite brasileira não tem o menor apreço à democracia, nem à decência, nem nada. Parte importante da elite brasileira tem interesse exclusivo no próprio bolso. E é um bolso que enche sem produzir um pão e sem gerar um emprego na mais grave história de especulação financeira patrocinada pelo Estado brasileiro.
Prática que tem perpassado os últimos três presidentes da República, Dilma Lula e FHC. Rigorosamente a mesma economia política.
Só pra você ter uma ideia, um governo autorreferido esquerdista como o do Lula deu 199 bilhões(R$ 199.000.000.000,00)de reais de lucro líquido para os bancos, que distribuíram tudo isso para as respectivas famílias proprietárias sem pagar um centavo de imposto. O Brasil é o único país, junto com a Estônia, que não paga imposto sobre lucros e dividendos. Os bancos tiveram 200 bilhões de reais (se quiser saber quanto é isso em Euro, vamos dividir por 4: estamos falando de 50 bilhões de euros) que passaram do Estado brasileiro para os bancos e dos bancos para o bolso de 12 famílias sem pagar um centavo. E isso perpassou mais de um governo autorreferido esquerdista.
A relação com o Congresso Nacional
Na sequência, Ciro respondeu a perguntas sobre a relação implodida entre Executivo e Legislativo. Perguntado sobre como governaria caso tivesse sido eleito, traçou um diagnóstico da situação nacional desde 1989 e como deve ser compreendido o Parlamento. Leia a íntegra clicando aqui.
Redesenho do pacto federativo e eleições futuras: Ciro 2022?
Relembrando o que repetiu exaustivamente durante a campanha, Ciro Gomes explicou como deveria ser aproveitado o teor plebiscitário da eleição presidencial e como poderiam ser resolvidos os desequilíbrios das contas públicas afetando uma parcela minúscula da população: 1% do eleitorado seria afetado pelo tributação de lucros e dividendos. Leia a íntegra clicando aqui.