Passado quase um ano das eleições de 2018, personalidades de todo o espectro político concluem: “devíamos ter apoiado Ciro Gomes“.
Tal conclusão parte de várias percepções. Entre elas, estão a de que o antipetismo se transformou na força dominante do debate político nacional, justa ou injustamente; a de que o Presidente atual comanda um governo de malucos e despreparados; a de que era um equívoco da parte de setores da esquerda insistir numa candidatura natimorta; dentre outras.
À direita
Alexandre Frota (PSDB-SP), deputado federal eleito pelo PSL-SP agora filiado ao PSDB-SP, publicou um tweet no qual dizia:
“Ciro, desculpe as agressões verbalizadas por mim a você no passado. Fagner, nosso amigo cantor, me alertou várias vezes. Não é que você realmente tinha razão sobre o Bolsonaro? Sorte na caminhada”.
A fala do deputado pode lhe colocar em uma situação delicada dentro do próprio partido, já que o governador paulista João Dória (PSDB-SP), que apadrinhou Frota, é alvo frequente de críticas de Ciro Gomes.
Ao centro
Ainda no ano passado, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (SDD-SP), o Paulinho da Força, afirmou após a eleição de Jair Bolsonaro (PSL-RJ) ao UOL:
“A culpa de o Fernando Haddad (PT-SP) ter ido para o segundo turno é nossa, do Centrão, porque deveríamos ter apoiado Ciro Gomes, não Geraldo Alckmin (PSDB-SP). Com o tempo de TV que tínhamos, haveria chance de levar Ciro ao segundo turno, mas fomos voto vencido”.
Na época, Ciro contou com apoio informal de setores do Solidariedade, além de ter tido a favor de si várias demonstrações de apoio do ex-ministro e ex-PCdoB Aldo Rebelo, hoje também no SDD.
À esquerda
Renato Janine Ribeiro, ex-ministro da educação de Dilma Rousseff (PT-MG), publicou em sua página pessoal de Facebook, lembrando também que o PT e Ciro deveriam ter tido mais diálogo, criticando a dilaceração mútua de ambas as partes.
“Foi um erro enorme não terem se aliado para o primeiro turno de 2018. Ciro tem razão quando diz que teria mais chances de vencer Bolsonaro. Também concordo com ele que foi um erro insistir numa candidatura que não seria autorizada em nenhum caso!”, escreveu Janine.
Além dele, o governador baiano Rui Costa (PT-BA) concedeu uma entrevista à Revista Veja na qual afirmou que “o certo era ter apoiado Ciro Gomes lá atrás”.
Essa afirmação gerou uma boa dor de cabeça a Costa, já que virou combustível para uma onda de ataques virtuais a Ciro iniciadas a partir de setores do PT revoltados com a fala.
O governador baiano contava com a assertividade do agora Senador Jaques Wagner (PT-BA) quanto a essa estratégia: “Ciro era candidato mais aguerrido”, defendia Wagner ainda em 2018 sobre um apoio de seu partido a Ciro Gomes.
Após o primeiro turno, Wagner ainda afirmou: “Ciro era a melhor estratégia para ganhar a eleição”.
Entre os que não viram
Ciro Gomes tem mantido uma agenda muito ativa. Entre suas recentes movimentações, concedeu uma entrevista ao Youtuber Maurício Meirelles.
Alguns dos comentários no vídeo surpreendem.
Fazem-nos pensar: será que a história seria diferente se Ciro Gomes tivesse tido mais espaço para falar?
Eis a importância que a mobilização política, seja ela digital ou física, exerce perante a política nacional: precisamos ajudar a voz de Ciro, na forma de uma agenda progressista, nacional e independente, a chegar a tantos novos espaços quanto possível.
Continuaremos mobilizados enquanto o Brasil não estiver unido e encaminhado rumo a um Projeto Nacional que emancipe e melhore a qualidade de vida de todos os brasileiros e brasileiras!