Em pronunciamento em sua página no Facebook no dia 6 de fevereiro, Ciro Gomes informou oficialmente que seu partido, PDT, se posicionou totalmente contra esta reforma da previdência e afirmou que nenhum deputado de seu partido votará a favor da reforma proposta pelo governo. Ciro, acrescenta que por necessidade e respeito ao povo, assim que a democracia seja restaurada, se promova uma discussão sobre a questão previdenciaria.
“Não é verdade que a previdência hoje tem um deficit. Basicamente nosso problema é o seguinte: 40 anos atrás a gente tinha 6 brasileiros jovens trabalhando e contribuindo um pouquinho que financiavam o aposento de 1 brasileiro idoso que não tinha expectativa de vida maior que 60 anos. De lá pra cá mudou tudo: o mercado de trabalho, a informalidade, o desemprego, a robótica, a mecanização etc etc e também a expectativa de vida. Ou seja, hoje nos temos menos de 2 trabalhadores em média ocupados para financiar a aposenta de um brasileiro cuja expectativa de vida já ultrapassa os 73 anos. Então isso não funciona e está conta num futuro próximo não vai bater”, explica Ciro.
Ciro fala ainda que este desequilíbrio não aconteceu repentinamente e que as devidas reformas necessárias sempre foram adiadas pelos agentes governamentais. Em sua fala, ele relembra que estes mesmos “remendos ou puxadinhos”, como ele mesmo se refere, foram criados para financiar nossa previdência e cita todos: Contribuição Social sobre Lucro Líquido, PIS, COFINS- que é a maior de todas, contribuição dos trabalhadores, contribuição dos empregadores aumentada gradualmente, contribuição do Governo que entra recentemente e um pedaço do dinheiro das loterias.
“Se trata de uma grande cesta imensa e incompreensível de coisas que foram criadas ao longo do tempo para financiar a previdência. Somando tudo da cesta, se paga a previdência geral e restará somente a questão da previdência pública dos servidores públicos que representam 2% ou 3% da população brasileira. O regime geral não possui deficit.”
A previdência na mira de Temer
A fala de Ciro Gomes é ainda mais enfática ao revelar a criação de uma DRU- Desvinculação de Receitas da União, pelo presidente Temer.
“Agiram na calada da noite, sem conversar com ninguém porque Temer não está lá obedecer os interesses de seus sócios estrangeiros e de especuladores financeiros brasileiros, são todos sócios juntos.”
Sempre muito didático, Ciro Gomes explica que a DRU retira 1/3 de toda a arrecadação da previdência, ou seja, 30% de toda a arrecadação que financia a previdência e repassa este montante para os estrangeiros, ou melhor dizendo, para o serviço da dívida. Desta forma, aparece um deficit de 180 bilhões de reais.
“Evidentemente que esse deficit é do Governo com a especulação financeira e não é um deficit da previdência.”
A solução
Sempre muito incisivo ao se posicionar contra as propostas de Temer, Ciro considera fundamental que o país promova um debate sério sobre a reforma da previdência. Ele esclarece que se todas as medidas sugeridas por Temer forem aprovadas o país economizará em média 450 bilhões em 10 anos e o deficit só de 2018 será de 160 bilhões de reais.
“Isso é tão criminoso, tão despudorado que na mesma semana que eles forçam a mão para botar os trabalhadores rurais pagando para terem o mesmo tempo de contribuição de trabalhadores intelectuais que trabalham em gabinetes com ar condicionado. Querem que professores, se sacrifiquem e trabalhem por 40 Ou 45 anos de contribuição para merecerem um aposento integral, o que não existe em nenhum lugar do mundo. No mesmo dia, pedem que um policial aceite o absurdo de correr atrás de um bandido por 45 ou 49 anos para merecer o aposento integral, eles fizeram sabe o que ? Concederam um perdão de impostos de 1 trilhão de reais às multi nacionais de petróleo, a quem eles estão também entregando de mão beijada o nosso Pré Sal que pertence aos nossos filhos. Reparem bem que um Governo como este não é sério”, esclarece Ciro.
O povo tem o poder
Ao final do vídeo, Ciro reforça a importância de derrotar está reforma da previdência e pede que o povo tome as ruas do país se preciso for ou que cada brasileiro, no mínimo, pressione os deputados enviando emails, ligando ou cobrando pelo Facebook, enfim, que sejam pressionados: “Os deputados só conhecem uma linguagem: votou contra o povo não vai ter mais o voto do povo na próxima eleição. Façam isso essa semana!”, finalizou Ciro Gomes.