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Ciro discute questão indígena e economia com Marina Silva e Geraldo Alckmin

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No terceiro bloco do debate da RedeTV, cada candidato podia escolher outro candidato para perguntar. Nele, Ciro Gomes escolheu Geraldo Alckmin para responder a uma pergunta sobre economia e foi escolhido por Marina Silva para responder uma sobre a questão indígena.

Ciro Gomes e Geraldo Alckmin

O presidenciável Ciro Gomes, em sua vez de perguntar, escolheu Geraldo Alckmin para responder sua pergunta, cordialmente convidando-o mais uma vez para palco, que considerou adequado comparar a um “ringue”. Dedicou a pergunta ao jornalista Reinaldo Azevedo, a quem ficou devendo um finalzinho de resposta sobre a participação da indústria no PIB engolida pelo cronômetro.
Ciro inicia sua pergunta denunciando a dura e singular realidade brasileira: “nos últimos três anos, o Brasil fechou treze mil indústrias. Não há nada parecido no mundo. Quatro mil delas em São Paulo. Evidentemente que essa política econômica de câmbio estimulante de demagogia, de taxas de juros aberrantes, não pode continuar. Essa é a política que o PT herdou do PSDB. Rigorosamente  a mesma”. Concluiu: “o senhor vai manter isso?”
O tucano respondeu, então, afirmando que a base de tudo é a questão fiscal e que o governo deve gastar com muitíssima moderação para não se encontrar em situações que condicionem “política cambial ruim” e “altas taxas de juro”, concluindo com a promessa de uma política fiscal austera que corte gastos e trazer investimentos para o Brasil.
“Durante o governo Lula, praticamos superávits de quase 3% e os juros foram devastadores”, contrapôs Ciro, apontando para os efeitos colaterais do passado recente: a desindustrialização. “É uma política errada, conceitualmente. Não estou atacando pessoas”.
O pedetista continuou propondo uma política de comércio exterior sem favorecimento: “faz sentido o Brasil importar gasolina do estrangeiro, sendo um dos maiores produtores mundiais de petróleo? Faz sentido comprar um saco de semente por R$ 700,00 e vender uma saca de milho por R$ 14, R$ 15,  R$30?”
Alckmin contra-argumentou afirmando “a Petrobrás não tem dinheiro pra tudo” e se comprometendo com “quebrar o monopólio, trazendo refinarias pra cá e trazendo investimento”. Além disso, tentou atrelar a greve dos caminhoneiros ao “corporativismo” do governo com relação à Petrobrás.

Marina Silva e Ciro Gomes

Na sua vez de escolher o perguntado, Marina Silva escolheu Ciro Gomes para falar sobre os violentos conflitos entre latifundiários e povos indígenas. “No Mato Grosso do Sul, quando índios tentam retomar suas terras, são recebidos a bala”, começou a ex-senadora. Concluiu: “o que fazer para acabar com os conflitos de terra e ter uma política para terras indígenas?”
Ciro exaltou o papel de Marina Silva frente às questões ambientais e lhe atribuiu influência sobre si próprio acerca de sua compreensão sobre essas questões.
“O Brasil precisa transformar em ferramenta prática o que já está na lei. Por exemplo, zoneamento econômico ecológico, que define com clareza o que pode e o que não pode ser feito em que áreas”, respondeu o ex-governador, falando também sobre a necessidade de “enforcement”, ou seja, a garantia de que a lei será cumprida.
“Quanto tempo trabalhamos juntos? Ali estavam todas ali as leis prontas e não tinha possibilidade de fazer: multava, e daí a pouco vinha um Refis, uma anistia e lá ia o estímulo”, continuou, atribuindo à impunidade o não-cumprimento da lei.
Concluindo sua resposta, lembrou de sua candidata a vice-presidenta, Kátia Abreu, que pode contribuir para que se encontre o “equilíbrio” que envolvem esses questionamentos.
Marina prosseguiu reafirmando sua proposta, defendendo a Funai e a demarcação de terras indígenas, propondo a criação de um “fundo de regularização fundiária” ao se referir a áreas ocupadas pelo Estado, como no MT, e exigindo indenizações e demarcações de terras indígenas como formas de combater a violência e a injustiça contra um povo com o qual o Brasil está historicamente em dívida.
“Completamente de acordo”, Ciro respondeu citando experiências com tribos brasileiras com as quais se solidarizou explicando entender as mazelas que assolam seus espaços. “O Estado tem que entrar pra mediar e encerrar a crônica de violência com populações tão frágeis”, respondeu, deixando o palco com comentários amigáveis trocados com a candidata do REDE.

Considerações finais

De seus 45 segundos de tempo para dar suas declarações finais, Ciro Gomes usou treze para agradecer ao telespectador, à equipe da RedeTV e aos jornalistas. Mas logo iniciou sua mensagem.
“Se você acha que o Brasil precisa mudar, estamos juntos nessa batalha. Ajudar vocês, os que estão precisando, a tirar o nome do SPC; gerar dois milhões de empregos retomando obras paradas pelo Brasil inteiro; apostar em creche em tempo integral e ensino médio profissionalizante em tempo integral, como já temos no Ceará… esses são alguns dos nossos compromissos. Revogar esta ‘verrrrgonha’, falando como Boris Casoy, que é o teto de gastos, que guarda o dinheiro pros banqueiros e proíbe de se investir na agenda do povo”.