No primeiro debate entre os candidatos à presidência, transmitido ontem (09/08) pelo canal Bandeirantes, Ciro Gomes afirmou que tratará de resolver a situação dos mais de 60 milhões de brasileiros que estão com o nome negativado segundo o SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) e SERASA em razão de dívidas.
A fala de Ciro gerou intensa repercussão. Ao sair do debate, o candidato pelo PDT concedeu breve entrevista na qual reafirmou seu compromisso com a questão e deixou claro que em breve explicará os detalhes da proposta (segundo ele, para evitar que os demais candidatos o copiem como estão tentando fazer com outras propostas suas).
Após o debate, muitos brasileiros estão procurando saber se é possível concretizar a ideia de Ciro e qual o sentido disso. O altíssimo número do endividamento é sintomático do sistema bancário aviltante que reina no Brasil e do achatamento da renda das famílias.
Até mesmo representantes do mercado financeiro afirmaram a relevância da medida proposta por Ciro Gomes. Foi o caso de André Perfeito (um dos entrevistadores de Ciro no programa Roda Viva deste ano). Segundo ele, a medida teria um efeito positivo para a economia brasileira como um todo. E a negociação entre o governo e os bancos poderia ocorrer por uma troca entre aquilo que a população deve aos bancos e o que os bancos devem ao governo brasileiro.
Não é de hoje que Ciro tem debatido como resolver o endividamento. Em eventos dos quais participou nos últimos dois anos, ele alertava para os números imensos do endividamento e para o significado disso: com mais de 60 milhões de pessoas com o nome negativado, grande parte da população do país está excluída “do consumo que seja acessível via crédito, o que é algo grave para um país que tem renda muito deprimida”.
Com salários baixos e aumento dos preços, a população comumente se vale de serviços de crédito para poder comprar as despesas e produtos durante o mês, mas os números indicam, agora, que mesmo esse recurso não pode mais ser utilizado por grande parcela dos cidadãos. Isso forma uma situação preocupante de mais endividamento, de informalidade e de ameaça nas condições para manter a qualidade de vida.
Entre os jornalistas, Kennedy Alencar foi um dos que se posicionaram em favor da proposta de Ciro, lembrando que o mesmo sistema de renegociação e perdão de dívidas já ocorre em larga escala no país com o REFIS, mas dessa vez os beneficiados não seriam as empresas com altos valores em dívida, mas sim o povo.
Segundo Ciro já afirmou em outros eventos, a população que está nessa condição vê como culpa individual aquilo que é, na verdade, um problema generalizado causado pelas bases econômicas brasileiras de hoje. Na medida em que não percebe o contexto amplo que achatou a renda do trabalhador, aumentou preços, encareceu o crédito, o brasileiro endividado interioriza uma sensação de fracasso e de descrença na política, quando na verdade a política deveria ser vista como modo de mudar essa situação.
Passadas 24 horas após o debate, a proposta de Ciro ganhou forte repercussão e, com isso, o candidato que já comandou a economia do Brasil quando foi ex-Ministro da Fazenda no governo de Itamar Franco conseguiu pautar o tema entre os brasileiros e na mídia.
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