Estamos na última semana, a reta final das eleições gerais de 2022. A principal eleição desse ano, e que influencia fortemente as demais, é a escolha de quem será presidente do país a partir de janeiro de 2023.
As eleições presidenciais de 2022 apresentam algumas peculiaridades em comparação às anteriores. Primeiro, temos pela primeira vez dois candidatos concorrendo que já tiveram experiência na presidência da república. Segundo, a alta rotatividade dos candidatos. Simone Tebet (MDB) teve seu nome oficializado há dois meses, com coligação com o PSDB, depois dos tucanos terem abdicado de João Doria, que ganhou as prévias de Eduardo Leite. Nove dias depois, foi a vez de Soraya Thronicke (União Brasil), quando o líder do partido, Luciano Bivar, foi o nome aventado alguns meses antes. Finalmente, o Padre Kelmon (PTB) foi lançado há poucos dias, depois do impedimento de Roberto Jefferson.
Por outro lado, Ciro Gomes (PDT) foi o primeiro a registrar oficialmente a sua candidatura em julho de 2022, embora sua pré-candidatura tivesse sido lançada em janeiro. Seu Projeto Nacional de Desenvolvimento (PND) foi apresentado, primeiramente, através de seu livro Projeto Nacional: O Dever da Esperança, em agosto de 2010, mais de dois anos atrás. Portanto, sem sombra de dúvidas, foi uma candidatura muito bem embasada e construída. Ciro se mostrou um candidato muito preparado e experiente, com uma campanha bem mais qualificada que em 2018, nas mãos esse ano do igualmente qualificado marqueteiro João Santana.
Infelizmente, Ciro não conseguiu se aliar com nenhum outro partido em torno de seu projeto, cuja explicação talvez esteja muito mais atrelada à falta de compromisso das demais legendas com suas propostas, do que por uma suposta carência de capacidade de articulação e aliança.
Mais grave é o embate criado em torno da polarização odienta e emotiva entre os dois ex-presidentes candidatos a ocuparem novamente o cargo, alimentado pela mídia, reduzindo e extinguindo o debate de ideias e propostas para solucionar os principais problemas do país, para um mero duelo personalizado em duas figuras populistas narcisistas. Diferentemente de Ciro, ambos apresentaram programas de governos superficiais e abstratos, não se comprometendo com proposições e opiniões sobre temas atinentes aos modelos econômico e político.
Muitas foram as iniciativas de Ciro para tentar romper com essa polarização. Por ora, segundo as pesquisas, foram insuficientes para virar o jogo. Recentemente, a campanha pelo voto útil em Lula apelou para a antiética e flertou com a antidemocracia. Tal qual nas eleições de 2014 com a candidata Marina Silva, tratou de atacar a reputação de Ciro Gomes.
Devido a essa campanha, Ciro divulgou na segunda-feira, 26/09/2022, um manifesto em defesa de sua candidatura, um movimento importante de resistência. Após tantos ataques e tentativas de isolamento, Ciro vem se mantendo firme e determinado. Sua postura é admirável, digna de um republicano que reconhece e aceita a sua missão de lançar e manter uma candidatura legítima, e como ele mesmo diz, necessária.
Independentemente de que percentual de votos válidos obterá no pleito em dois de outubro (domingo), se serão suficientes ou não para chegar ao segundo turno, é preciso antes de mais nada reconhecer, sob a forma de gratidão de todas e todos aqueles que seguem o apoiando, a sua liderança nesse momento, agindo com uma responsabilidade exemplar essa tarefa hercúlea de sustentar sua candidatura diante de tantas adversidades e obstáculos. Não lhe faltou empenho, luta e resiliência, assim como de sua equipe na campanha.
Traçando um paralelo com a história da Grécia antiga e o cinema, Ciro age como o Rei Leônidas conduzindo 300 guerreiros (no caso a Turma Boa e o PDT), lutando contra a invasão (retirada da candidatura e voto útil) do numeroso exército (PT e partidos aliados, artistas, influenciadores, mídia, etc.) do Rei Xerxes (Lula). Tal qual Leônidas, Ciro não se curva nem se rende. Leva-nos a nos manter unidos lutando até o fim. O dever de sua candidatura é o que nos dá a esperança por um Brasil melhor. Não sabemos como tudo acabará, mas temos certeza de que lutamos do lado do melhor líder, o “Ciro guerreiro do povo brasileiro”. Conforme declama o ex-governador do RS, Alceu Collares (PDT), “o voto é a tua única arma, põe o teu voto na mão”. Votemos 12 nas urnas. É CIRO ATÉ O FIM!!