Hoje pela manhã, Ciro Gomes participou de uma sabatina promovida pela UOL, SBT e Folha de S. Paulo. Os jornalistas questionaram alguns pontos das propostas de Ciro, que defendeu com assertividade seu compromisso com as reformas estruturais que o país precisa, sobretudo a Previdenciária e Tributária, enfrentando os privilégios do setor bancário e sua força na política brasileira. Vamos dividir a análise da sabatina em partes.
Confira os primeiros temas abordados:
1) SPCiro: Ciro explicou novamente seu programa de restauração do crédito das famílias via refinanciamento das dívidas dos 63 milhões de brasileiros com o nome negativado no SPC. Como ele mesmo diz, não por ser “bonzinho”, mas porque sem o motor do consumo restaurado até as propostas para enfrentar o desemprego são impraticáveis. Mediante as críticas do jornalistas, Ciro esclareceu como minimizar os riscos de não pagamento, via programa Aval Solidário (a exemplo do CredAmigo, do Banco do Nordeste), e que a maioria do povo trabalhador só precisa de uma chance para ter seu nome limpo. Ciro lembrou também dos vários bilhões dispensados para os ricos, por meio de Refis, e que não houve esse tipo de objeção. Leia nosso artigo sobre o programa Nome Limpo AQUI!
2) Impostos: Perguntado “No seu governo, o brasileiro pagará mais impostos?” devido as menções a impostos no programa de governo, Ciro corrigiu: “No meu governo, o pobre e a classe média pagará MENOS impostos. Mas os ricos, aquele 1%, que no Brasil tem mais de 50% da riqueza, vai pagar mais.” Para tanto, Ciro propõe a tributação sobre lucros e dividendos empresariais (que só o Brasil e a Estônia não pagam), o aumento progressivo da alíquota sobre grandes heranças (a partir de 2 milhões de reais) e a revisão de todas as desonerações fiscais que hoje somam 380 bilhões por ano, salvaguardando a Zona Franca de Manaus.
3) Sistema bancário: Ciro alerta que grande parte dos problemas brasileiros, como a desindustrialização, estão relacionados a cartelização do sistema bancário brasileiro e seus juros abusivos. Apesar da taxa Selic ser a menor dos últimos 25 anos (6,5%) e mesmo o assim o cartel bancário tem cobrado 41% na ponta. E nenhum negócio de produção ou serviço dá tamanha lucratividade, o que acentua dramaticamente a desindustrialização e a falta de investimento no setor produtivo em detrimento do setor rentista. Além de tirar os bancos públicos do cartel, Ciro propõe a regulamentação das fintechs, que tem sido boicotadas pelos bancos e estimular as cooperativas de crédito.
4) Política de preços da Petrobras: Conforme Ciro explicou, hoje, o custo do barril de petróleo (com todos os impostos) está em cerca de 30 dólares, e para beneficiar apenas os acionistas minoritários, que são os bancos, o governo tem vendido por 80 dólares (conforme o preço da especulação internacional. Ciro disse ainda que se compromete a fazer uma política de preço da Petrobras que seja séria e defenda os interesses nacionais: “O verdadeiro sentido de existir da Petrobras é oferecer ao povo brasileiro as vantagens de ter uma estatal do petróleo, com alta capacidade tecnológica e de refino.” e por isso deve ter como baliza de preços os custos de produção, retorno de investimento e lucratividade em linha com as melhores práticas internacionais. E não se trata de subsídio, quando se coloca capital público para fazer um preço artificial, mas apenas de vender aos brasileiros pelo preço que custa.
Veja a entrevista completa: