De acordo com o G1, que obteve um memorando interno da Embraer, o acordo anunciado em julho da intenção de compra da empresa brasileira pela norte-americana Boeing, os termos de negociação da fusão excluem a brasileira das decisões estratégicas e reservam pra ela apenas 20% dos lucros e dividendos. Além disso, o negócio é considerado danoso para a Embraer, que é a maior empresa de produção de aviões de médio porte do mundo, pois a empresa desenvolveu dois grandes projetos de engenharia aérea, o super cargueiro KC390 e o caça Gripen, que dariam a empresa o monopólio mundial deste tipo de aeronave.
A venda da Embraer passa para a empresa norte-americana, a valores ridículos perto do retorno e potencial de retorno da Embraer para o Estado brasileiro, todo o mercado que seria conquistado pelos projetos desenvolvidos pelos engenheiros brasileiros, gera mais passivos em dólar para o país e que seriam capaz gerar milhões de empregos indiretos pelas aplicações civis do processo de defesa.
Ciro Gomes sempre se opôs ao negócio e vem defendendo ostensivamente a Embraer. Em julho, em carta pública enviada à multinacional norte-americana, Ciro sugeriu a paralização das negociações entre as duas empresas e que, caso seja eleito, desfaria o acordo. Empresa de grave importância estratégica de defesa nacional, o processo de privatização da Embraer envolveu a reserva ao Estado brasileiro de uma golden share (ação especial que dá poder de veto a negócios considerados hostis ao país). Este mês, a Boeing anunciou a suspensão do negócio até a conclusão do processo eleitoral brasileiro.
Hoje, com o vazamento do memorando, Ciro reafirmou seu compromisso em proteger a empresa de aviação brasileira e lembrou que tem sido o único candidato à presidência nessa luta, em face a outros que se afirmam patriotas e não defendem interesse nacional e a outros do campo progressista que deveriam defender o interesse popular envolvido na questão e não o fazem.
Veja o comunicado de Ciro Gomes sobre o memorando: