As dez economias no topo da lista de mais inovadoras do mundo só alcançaram essa posição com um Estado forte, alinhado com o setor privado e com as suas universidades. Ciro Gomes já mostrou como chegar lá. Falta-nos começar a caminhar nessa direção.
O Ranking de Economias inovadoras não é nenhum ranking construído por centros de pesquisa protecionistas ou centros desenvolvimentistas. Muito pelo contrário. É um ranking produzido pela Bloomberg, e é fácil de encontrar na internet.
Essa ano, pela primeira vez os EUA não foram incluídos no ranking dos países mais inovadores do mundo. Tampouco a lista é composta por países adeptos ao neoliberalismo (que nem é novo, nem é liberal, como todos sabemos). As nações que têm se mantido no topo têm sido bem-sucedidas devido a suas políticas de incentivo a pesquisa, inovação, e tecnologia. Não tem segredo.
Em primeiro lugar está a Coréia do Sul, pelo quinto ano seguido. Semicondutores, smartphones, equipamentos de mídia digital, e suas indústrias automobilísticas, desenvolvidas ao longo das últimas décadas com um apoio insistente do governo coreano deram resultado. Os outros países na lista são a Suécia, Japão, Finlândia, Dinamarca, Alemanha, Suíça, França, Israel, África do Sul, e Cingapura. Todos eles com estado muitíssimo forte.
Ah, e antes que venham aqueles novos (não) liberais tentando desconstruir essa obviedade com o argumento de que Cingapura é um exemplo de livre mercado e por isso está na lista (mesmo sendo o único), nos resta mostrar a verdade:
É verdade que quando lemos sobre Cingapura na grande mídia nos é vendido um país adepto do livre comércio e o acolhimento positivo com o investidor estrangeiro. Mas, o que não se fala é que 90% das terras do país são propriedade do estado. 85% das casas construídas são propriedade do estado. 22% do PIB do país é produzido por empresas públicas. Cingapura tem um modelo pragmático de economia. Mistura elementos de livre mercado com elementos socialistas. São pragmatistas.
Ciro Gomes tem consistentemente, ao longo das últimas décadas, mostrado isso para o Brasil. Através de seus livros, sua participações em debates, suas palestras e entrevistas. Todo o planeta sabe disso. Foi assim que todo o mundo desenvolvido conseguiu alcançar a alta renda, a alta produtividade, a inovação, e o aumento significante nos índices de desenvolvimento humano.
Não podemos cair agora nesse fragmentação mentirosa que vem sendo construída no Brasil. É como dizia Deng Xiaoping, o ex-líder da China: “Eu não ligo se o gato é preto ou branco, contato que ele seja bom em pegar ratos.”