Em uma das últimas entrevistas de 2017, concedida ao Jornal do Comércio do RS, Ciro avaliou a conjuntura eleitoral e as falácias das políticas neoliberais aplicadas no país, que se acentuaram após o impeachment.
Indagado sobre o baixo desempenho apresentado por ele nas pesquisas, Ciro diz que é um político bastante treinado e que já venceu eleição partindo do zero contra um candidato que figurava com 36% antes do início da campanha. “Alguém acredita que o Jair Bolsonaro resiste? Alguém acredita que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tenha 6% dos votos? Desconsidero as pesquisas e trabalho. Vocês estão falando com o próximo presidente do Brasil, esperem para ver. Eleição majoritária é resolvida de véspera.”
A respeito das articulações políticas, informa que está conversando com o PSB e o PCdoB. Sobre o PT, diz que “eles não vão me apoiar, como não apoiam ninguém. É sintomático também que o maior e mais importante partido do Brasil não tenha um segundo nome.”
Quanto a alianças com a centro-direita, descarta qualquer apoio do PMDB, mas afirma que defende um projeto de desenvolvimento nacional que precisa interagir com forças diversas para se viabilizar. “Vou pedir muito ao povo que não me mande a Brasília com as mãos e os pés amarrados, vou pedir que votem em deputados federais e senadores que tenham afinidade com esse conjunto de valores estratégicos. Mas ao mesmo tempo, já afirmo: quem o povo eleger, é com ele que o povo vai negociar. Eu sou do ramo.”
Para por fim às políticas neoliberais, propõe mudar o rumo da gestão fiscal dos governos anteriores, sem produzir déficits. “O País comigo vai tomar a deliberação de crescer, e o Banco Central perseguirá menor inflação a pleno emprego. Onde estamos que o presidente da República pode ser qualquer um, mas o do BC não pode ter interferência?”
Em relação à venda das estatais a estrangeiros, perguntado se isso não seria parte inerente das políticas neoliberais, arremata: “Esse negócio de vender um país não é neoliberalismo. Isso é canalhice pura e simples.”