Apesar de estar circulando o Brasil desde, pelo menos, o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (por ele caracterizado como um “golpe” contra a soberania popular nacional), Ciro Gomes nunca teve muito espaço na grande imprensa (em canais como a Globo, o SBT ou a Band), exceto por algumas entrevistas aqui e ali, com a Globo dificilmente fazendo qualquer menção ao ex-governador.
Recentemente, Ciro foi recebido pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de SP, e voltou a ter destaque no jornal paulista depois de algum tempo sem a atenção adequada (considerando que se trata de um ex-ministro duas vezes no cargo, ex-governador e ex-prefeito de capital denunciando graves disparates no país).
Porém, tendo anunciado sua pré-candidatura, unanimemente aceita por seu atual partido – o PDT – ficou difícil para os grandes canais ignorarem sua existência. Assim, Ciro Gomes teve seu reencontro com o jornal apresentado por William Bonner.
O Jornal Nacional dedicou um minuto e treze segundos de tempo ao ex-ministro na reportagem que anunciou seu nome para a disputa ao Planalto, dando ênfase às suas propostas de reforma fiscal e da previdência (sem mencionar a também mencionada pelo ex-prefeito “reforma tributária”) e reproduzindo um trecho no qual Ciro faz críticas ao excesso de propagandas e mentiras que infestam o debate político brasileiro, além de afirmar querer representar todos os brasileiros que se preocupam com o país.
Além do JN, o SBT também noticiou a pré-candidatura de Ciro Gomes. De forma semelhante ao caso da Globo, o cearense recebeu um minuto e quinze segundos no canal. Este, porém, deu atenção às suas críticas à desigualdade, acompanhadas de um vídeo coletiva de imprensa no qual Ciro denuncia os desiguais espaço ocupados e salários recebidos pelas mulheres em comparação aos homens, além da desigual condição em que se encontram as populações negra e pobre do país, muito mais vitimadas pela crescente violência a que é condenado o Brasil.
Ao fim da reportagem, aberta pela polêmica âncora Rachel Sherehazade, Ciro fala que quer “o apoio de todos os brasileiros que, sendo pobres, têm o direito de ver uma mudança, ou, não sendo pobres, têm com os pobres uma solidariedade genuína porque não trocaram o coração por um pedaço de pedra”.
Como será a cobertura política da grande mídia televisiva em 2018, principalmente sobre Ciro Gomes, num momento eleitoral em que a televisão já não domina completamente os debates e não consegue como antes silenciar os assuntos de interesse do país?